Você sabia que a anamnese odontológica é a base para um excelente tratamento? Pois é, esse documento é feito justamente na primeira interação entre o paciente e o cirurgião-dentista, sendo essencial para que os próximos atendimentos sejam feitos!
Por mais que haja diversos profissionais que ignoram essa importância, a anamnese odontológica é a ficha que contém todas as informações, como doenças, alergias a medicamentos ou outras substâncias, queixas principais e o plano de tratamento do seu paciente.
Graças a uma anamnese odontológica bem feita, o cirurgião-dentista poderá evitar diversas urgências ou emergências médicas dentro do seu consultório — que podem ocorrer como consequência de uma alergia a um anestésico local, medicamento ou por conta de uma reação durante uma cirurgia, provocada por hipertensão, por exemplo.
Além disso, quando o cirurgião-dentista tem a anamnese odontológica de um paciente totalmente preenchida da forma correta, é possível também evitar diversas complicações legais.
Só com essas informações já podemos ter uma noção do quanto uma anamnese odontológica é importante, não é mesmo? Saiba mais sobre como preparar uma ficha completa com todos os detalhes do seu paciente com o blog INterDental!
O que é anamnese odontológica?
Por definição geral, a anamnese odontológica nada mais é do que uma entrevista guiada entre o cirurgião-dentista e o seu paciente, na qual o primeiro faz uma série de perguntas e anota tudo o que for relevante sobre o último. Essa entrevista pode ser feita de diversas formas, seja preenchida em uma ficha física ou, então, no computador.
O importante é que a anamnese odontológica registre todas as características físicas, saúde geral, hábitos diários, quantas vezes escova os dentes, se usa o fio dental diariamente, alergias, histórico familiar de doenças, histórico odontológico, medicamentos em uso pelo paciente durante sua rotina, entre outras informações.
Tudo que for importante para prosseguir com o tratamento odontológico deve ser devidamente registrado, de modo que o plano de tratamento mais adequado seja traçado. Com uma boa anamnese odontológica, você não só fica ciente de toda a condição do paciente como, também, se torna capaz de entender o processo que se desenvolveu para que ele chegasse até você com a sua queixa principal.
Qual a importância desse documento?
Certamente, a anamnese odontológica já foi tema de diversas aulas na graduação em Odontologia, não é mesmo? Os dados presentes nesse documento serão fundamentais para planejar, dar início e progressão no tratamento do paciente, além de evitar inúmeras complicações futuras.
Na anamnese odontológica está reunida diversas informações importantíssimas para guiar todo atendimento do indivíduo e, por isso, o cirurgião-dentista deve sempre ter um guia para elaborar as perguntas e deixar tudo registrado no prontuário do paciente.
Além disso, vale lembrar que, de acordo com o código de ética odontológico, sempre devemos ter como prioridade a saúde e a dignidade do nosso paciente. Por isso, precisamos nos dedicar ao máximo e com atenção a todas as etapas do atendimento — que começa com uma boa anamnese odontológica.
Como realizar uma boa anamnese odontológica?
Depois dessa breve revisão, chegou a hora de aprendermos como realizar uma boa anamnese com todas as informações necessárias do paciente para lhe oferecer o melhor atendimento.
Uma dica para estabelecer uma anamnese odontológica é montar um roteiro com os dados e perguntas que devem ser feitas em sequência, para que assim você não se perca. Ainda assim, esteja atento e pronto para realizar outras questões pertinentes na ocasião.
Preparação da anamnese
A anamnese odontológica é o primeiro contato entre o paciente e o cirurgião-dentista, e para prepará-lo para responder suas perguntas, é necessário que haja uma certa proximidade e um relacionamento de confiança entre os dois.
A base para ser um bom profissional da saúde está na empatia, em acolher o próximo e ouvir todas as suas queixas, reclamações e frustrações. O primeiro passo para se preparar para colher uma anamnese odontológica é ter um comportamento humanizado, ser aberto e ter um bom diálogo com o paciente.
Por isso, estabeleça um vínculo de amizade com o seu paciente, fazendo com que ele se sinta acolhido, desenvolva o sentimento mútuo de confiança e carinho. Uma dica é sempre se sentar de frente com o paciente, olhar em seus olhos e ser aberto com ele.
Mas não foque apenas em suas palavras! Observe sua linguagem corporal, o jeito com que se comporta, como fala, adéque sua linguagem na faixa etária do paciente e observe-o como um todo.
A base para o atendimento seguro é a coleta de todas as informações possíveis. Por isso, foque em dar o seu melhor e se prepare para fazer um bom acolhimento do paciente em seu consultório.
Coleta de informações com o paciente
Com um roteiro estabelecido e sabendo como se comportar na frente do seu paciente, basta seguir com a entrevista e fazer as perguntas, sempre prestando atenção em sua linguagem corporal.
É normal que o paciente se sinta ansioso dentro do consultório, afinal, a sala de um cirurgião-dentista realmente deixa muitas pessoas desconfortáveis. Acalme o seu paciente, controle sua ansiedade e desenvolva uma linha de diálogo tranquila para que haja uma boa coleta de dados.
Como optar pela anamnese aberta ou fechada?
Na anamnese odontológica, há dois tipos de questionários que podem ser feitos para o paciente: a anamnese aberta ou a anamnese fechada. Na aberta, o roteiro de perguntas é estabelecido e, quando feito, o paciente fica livre para responder o que desejar (e como desejar), em suas palavras.
Já na segunda opção, o paciente só poderá responder com sim ou não. Isso nem sempre vale a pena, pois limita a resposta do paciente e não abre espaço para que ele desenvolva seus questionamentos.
O cirurgião-dentista é responsável por escolher qual tipo adotar, tendo como critério o seu tempo clínico e o seu público-alvo. Ainda assim, a melhor opção sempre será realizar uma anamnese aberta, para que assim o paciente possa fornecer o maior número de dados possível.
Quais erros não cometer em uma anamnese?
É claro que há erros que não podemos permitir que estejam presentes na entrevista em questão! Precisamos estar atentos a cada detalhe, dado ou resposta fornecida pelo paciente, não temos espaços para erros — afinal, isso pode desencadear inúmeras consequências negativas.
O primeiro grande erro cometido por muitos profissionais é ignorar o histórico de saúde familiar do paciente. Tudo deve ser registrado em papel ou no computador e sempre devemos estar atentos a esse histórico.
Depois disso, temos a ausência da aferição de pressão arterial ou da glicemia do paciente. O cirurgião-dentista deve sempre aferir a PA e a glicemia antes de qualquer procedimento, principalmente cirúrgico, e anotar na ficha do paciente.
Por fim, outro grande erro é ignorar o histórico alérgico do paciente. O cirurgião-dentista deve sempre saber se o paciente apresenta alergia a medicamentos, anestésicos locais ou outras substâncias para evitar seu uso durante o atendimento.
Exemplo de ficha de anamnese odontológica
Há um modelo de dados e perguntas dentro da anamnese odontológica padrão em toda a literatura, que pode ser seguido em sua prática clínica.
Na teoria, toda ficha odontológica tem que apresentar os dados do paciente, seguidos por seu histórico de saúde geral, odontológico e sua queixa principal. Podemos ter como um breve roteiro:
- Dados do paciente: nome, CPF, gênero, etnia, naturalidade, estado civil, endereço, profissão, telefone para contato e contatos de pessoas próximas para o caso de emergências/urgências;
- Queixa principal: nas palavras do paciente, devemos registrar na ficha o que o levou para a consulta;
- História da doença atual: como a queixa principal teve início, quando foi e como evoluiu até o dia da consulta;
- Histórico de saúde: patologias de base, como hipertensão, diabete ou HIV, uso de medicamentos crônicos, alergia a substâncias ou medicamentos, histórico de internações ou de cirurgias, histórico de doenças e vacinação;
- Histórico familiar: quais doenças já afetaram a família do paciente;
- Hábitos e vícios: tudo o que o paciente fizer de rotina deve ser registrado na anamnese, se rói as unhas, se é tabagista ou etilista, por exemplo.
O segredo de uma boa ficha odontológica é colher todos os dados possíveis e ter diversas informações a respeito do seu paciente, fundamentais tanto para traçar o diagnóstico quanto para estabelecer um correto plano de tratamento.
Com todas essas informações que disponibilizamos para você, a sua anamnese odontológica ficará a mais completa possível! Sempre seja cordial com o seu paciente e cuide para que ele tenha um atendimento correto e seguro ao seu lado.
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