Braquete — ou bracket ortodôntico — são peças que fazem parte dos aparelhos ortodonticos fixos. Elas têm a função de movimentar e posicionar os dentes para seus locais adequados, e existem diferentes tipos, materiais, preços e durabilidade.
Seja para apenas melhorar o resultado estético dos dentes ou para diminuir o tempo de tratamento, essas peças são essenciais para um resultado de qualidade. No conteúdo de hoje você irá conhecer os principais tipos de braquetes, suas diferenças e preços para cobrar na reposição deste item!
Continue a sua leitura e fique por dentro de um conteúdo importante para o dia a dia no seu consultório!
Qual é a função de um braquete de aparelho ortodôntico?
O braquete tem a função principal de ligar o fio ortodôntico ao dente, exercendo uma força nele que causa o movimento necessário da arcada dentária, para que os dentes fiquem corrigidos e alinhados. Essa peça é colada diretamente nos dentes com o uso de uma resina ou cimento ortodôntico.
Ele é o principal responsável pelo alinhamento dos dentes e, conforme ressalta Sathler et al¹, atualmente os aparelhos fixos que utilizam braquetes são tidos como um dos tratamentos mais rápidos e eficazes, no entanto, é de extrema necessidade que eles sejam colados cuidadosamente para ficarem bem posicionados.
Quais os principais tipos de braquetes?
Atualmente, existem 3 tipos de braquetes muito comuns nos consultórios odontológicos, sendo que cada tipo funciona diferentemente na arcada dentária do paciente.
Braquete autoligado
Este possui o diferencial de ter um clipe de fechamento na peça, que fixa o fio ortodôntico no interior do slot, descartando a necessidade das borrachinhas.
Esse tipo de braquete tem se tornado o favorito entre os paciente, pois, além de promover um resultado mais célere na movimentação dos dentes, ele possui inúmeras vantagens como trouxe Sathler et al¹ em sua pesquisa:
- Produzem menos atrito nas ligaduras;
- Promovem menos acúmulo de placa e bactérias;
- Menor reabsorção radicular;
- Maior eficiência no tratamento;
- Menor tempo de cadeira e maiores intervalos entre as consultas.
Braquetes cerâmicos
Este é um tipo de braquete considerado estético por proporcionar um ar mais discreto nos aparelhos fixos. Apesar de ter um custo mais caro, em comparação aos outros tipos, é uma opção muito procurada entre pessoas públicas que não gostariam de marcar o visual com um aparelho de cor diferente do dente.
O tipo cerâmico possui uma cor leitosa que reproduz muito bem a coloração natural dos dentes, e podem ser encontrados em policristal (combinação de cristal com partículas de óxido de alumínio) e monocristal (composto por óxido de alumínio e substância aglutinadora).
Braquete lingual
Este braquete é colocado na parte posterior dos dentes, não ficando visível. Não é recomendado que esse modelo seja adicionado em crianças, devido à dificuldade de higienização que a peça tem, além disso, por estar em constante contato com a língua, ele pode prejudicar a fala e dicção nas primeiras semanas.
Algumas das vantagens do braquete lingual são:
- Não atrapalha a estética visual do sorriso do paciente;
- Evita lesões nos lábios;
- Pode ser aplicado em ambas as arcadas dentárias;
- A movimentação dos dentes fica mais visível;
- Não machuca os lábios ou projetá-los para frente.
Para a aplicação dessa peça é essencial que o profissional ortodontista tenha conhecimento específico para a instalação do aparelho lingual, de modo a posicionar corretamente todas as peças nos dentes do paciente.
Outra característica desse modelo é o seu custo, podendo ser até quatro vezes mais caro do que os outros.
Qual é o melhor material para braquetes e suas indicações?
Além dos diferentes tipos, os braquetes também são encontrados em diferentes materiais e com diversas indicações, sofrendo variações de valores e benefícios estéticos. Conheça cada um:
Braquete metálico
Se o seu paciente não planeja investir muito nos braquetes, o metálico é a melhor opção — apesar de não ter o melhor benefício estético.
Produzido em sua maioria em aço inoxidável e níquel, atualmente encontramos peças com maior resistência e dureza, como as feitas em titânio ou cromo-cobalto.
Esse é o tipo mais clássico e, em casos de não ser autoligado, pode ser personalizado com o uso das borrachinhas coloridas — muito popular entre os jovens.
Braquete cerâmico
Com um visual mais sutil, os braquetes cerâmicos exercem a mesma função dos metálicos, porém, possuem uma estética mais natural e um valor mais alto. Como vimos anteriormente, esse modelo pode ser encontrado em dois tipos de composições diferentes: policristal e monocristal.
- Braquete cerâmico em policristal: por ter em sua composição um mix de cristais, unidos ao óxido de alumínio e substância aglutinadora, esse tipo possui um aspecto mais leitoso e esbranquiçado;
- Braquete cerâmico em monocristal: esse tipo possui um característico tom translúcido que proporciona maior discrição ao aparelho, é também mais resistente do que o de policristal.
Braquete de policarbonato
O modelo de policarbonato foi o pioneiro dos braquetes estéticos. Produzido através de uma resina plástica com coloração muito próxima ao esmalte dentário, é um tipo estético com preço muito acessível, porém, é mais frágil do que os outros e pode sofrer manchas de alimentos com o tempo de uso.
Quando é necessário repor o bráquete perdido?
A reposição do braquete deve ser feita sempre que ele se descolar ou quebrar, conforme o dentista avaliar a necessidade ou o paciente exigir.
É importante que tanto o paciente quanto o profissional saiba que a perda de um braquete não invalida todo o trabalho feito na colocação do aparelho, bem como não é uma situação urgente a ser resolvida.
Por uma questão estética, é normal que os pacientes queiram repor a peça com urgência e, nesses casos, o profissional pode se dispor a repor ou colocar somente na próxima manutenção.
Cobrar consulta para colagem do braquete ou não?
A colagem de um braquete deve ser cobrada, pois, a recolocação da peça irá exigir tempo, mão de obra e materiais do dentist
Há muitos casos que ocorre o descolamento ou quebra do braquete por situações alheias ao paciente, como quando o mesmo sofre de bruxismo ou até mesmo quando a qualidade da resina é inferior e acaba por soltar a peça.
Há profissionais que optam por não cobrar estes procedimentos ou que já incluem valores para essas situações nas consultas de manutenção.
O ideal é sempre cobrar um valor justo pelo serviço e materiais investidos para que o paciente fique satisfeito e o profissional não saia no prejuízo.
Agora que você já conhece quais são os tipos de braquetes e suas indicações, continue acompanhando nossos conteúdos sobre odontologia e aproveite para conferir se o seu estoque está completo lendo nosso post com uma lista completa de materiais odontológicos.
Até a próxima!
Referências:
SATHLER, Renata et al. Desmistificando os braquetes autoligáveis. Dental Press Journal of Orthodontics, v. 16, p. e1-e8, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/dpjo/a/Hvfv5nFQrCR9WYb6JmnN6ym/?format=pdf&lang=pt